A Volkswagen está a atualizar a gama ID. Buzz com duas novas versões de seis ou sete lugares, duas novas baterias (79 kWh e 86 kWh) e um novo motor. Saiba tudo no Primeiro Teste TARGA 67 conduzido por Paulo Marmé.
Em 2023, quando foi lançado, o VW ID. Buzz apresentou-se numa roupagem de 5 lugares. Agora ganha duas novas variantes, uma de seis lugares (configuração 2+2+2, desenvolvida a partir da carroçaria do veículo de cinco lugares) e outra de sete lugares (configuração 2+3+2). O ID. Buzz de seis lugares tem 4.712 mm de comprimento e chega aos stands por 60.282 euros. O ID. Buzz de sete lugares tem um comprimento total de 4.962 mm, disponibilizando um aumento de 250 mm na distância entre eixos face à carroçaria da variante de seis lugares. O seu preço é de 62.164 euros.
IVA de fora
Para as empresas, a dedutilidade do IVA coloca a versão de 6 lugares a partir de 48.102 euros (sem IVA, portanto), enquanto a versão de 7 lugares tem preços a partir de 49.589 euros (novamente aqui, sem IVA) Sem revelar valores, a VW afirma que, em breve, terá um preço específico do modelo para famílias numerosas. Com a entrada em serviço das variantes de 6 e 7 lugares, a opção de 5 passageiros (arquitetura 2+3) perde competitividade, pois tem menos autonomia e menos potência e custa mais: o preço da versão de cinco passageiros (65.283 euros) tornam-na cerca de três mil euros mais cara do que a unidade de sete ocupantes e cerca de cinco mil euros mais cara do que a variante de seis passageiros. Mediante esta situação ditada pela chegada das variantes de 6 e de 7 lugares, a VW lançará, em 2025, uma nova unidade de 5 lugares, reposicionada para passar a ser a versão de acesso (mais barata) do modelo.
Todas as versões são agora movidas por um novo motor elétrico de 210 kW (286 cv) montado no eixo traseiro. A atualização técnica da gama também beneficia a versão Cargo (versão comercial, com 3 lugares), que passa a estar equipada com esse motor de 210 kW e a bateria de 79 kWh (anteriormente, motor de 150 kW e bateria de 77 kWh). A velocidade máxima do ID. Buzz está limitada a 160 km/h, ao passo que a aceleração de 0 a 100 km/h cumpre-se agora em 7,6 segundos (6 Lugares) e 7,9 segundos (7 Lugares).
Entre o final do ano e o início de 2025, estará disponível a versão GTX de visual e pretensões mais desportivas, com tração integral 4 Motion fornecida por dois motores elétricos, para um total de 340 cv. A aceleração 0-100 km/h é em 5,6 segundos. O ID. Buzz GTX vai custar mais cerca de dois mil euros, estando disponível quer na versão de seis, quer na de sete passageiros. Com a bateria de 86 kWh, a versão de 7 lugares está preparada para carregamentos rápidos até 200 kW, com a carga dos 10% ao 80% a ser feita em 26 minutos; se ligada a uma wallbox de 11 kWh, serão necessárias 7,5 horas para uma carga total da bateria.
O espaço interior
A variante de 7 lugares tem 306 litros de bagageira. Com os bancos rebatidos da terceira fila, a capacidade eleva-se para 1340 litros. Se os encostos dos cinco bancos da segunda e terceira filas forem rebatidos, o volume da bagageira aumenta para 2.469 litros. A nova gama VW ID. Buzz acolheu uma atualização de hardware e de software, com uma geração nova de sistemas de infotainment.
Neste Primeiro Teste TARGA, no contato com o novo software, nota-se uma melhoria, mas nalgumas situações senti que o sistema poderia ser mais intuitivo. O ecrã tátil do sistema surge agora com 12,9’’ em vez das anteriores 12,0’’ (33 cm de diagonal em vez de 30 cm). Também nova é a barra tátil iluminada para controlo da temperatura e do volume. A navegação em mapa é opcional, embora o condutor possa espelhar o seu smartphone para seguir as orientações do GPS.
Entre o equipamento mais específico, salienta-se a abertura deslizante dos vidros traseiros da segunda fila e o teto panorâmico (1800 euros), composto por várias camadas do vidro e uma película de cristais líquidos que pode ser comutada eletronicamente de modo a ficar transparente ou opaca (modo de privacidade com proteção contra a luz e o calor). Este é o maior teto panorâmico alguma vez utilizado num Volkswagen.
Os mais e os menos
O ID. Buzz é um dos modelos que mais interpreta o conceito de “love brand” para a Volkswagen. E o design bem conseguido é um trunfo para um modelo que revive o mítico “Pão de Forma”, cuja produção começou em 1950. Outro argumento forte do monovolume é a abundância de espaço. Em termos de condução e embora tenha guiado o veículo sem carga, nem lotação completa, o novo motor satisfaz as necessidades, com a marca a apontar um peso rebocável de 1800 kg para o ID. Buzz. O bom ângulo de viragem e a facilidade com que se manobra jogam a seu favor.
Os aspetos menos positivos prendem-se com tudo o que a volumetria deste “Pão de Forma” elétrico implica na sua dinâmica. Ou seja, os ruídos aerodinâmicos em autoestrada são elevados e os consumos são altos (a marca anuncia 19,7 kWh/100km, mas no neste Primeiro Teste TARGA 67, que abrangeu diferentes tipos de vias, entre Lisboa e a Ericeira, atirou os consumos para cima dos 25 kWh). Apesar do novo e mais potente motor, o peso de mais de três toneladas sente-se na deslocação do carro e o seu centro de gravidade alto retiram-lhe agilidade a curvar. Para uma viatura de mais de 60 mil euros, seria também exigível menos plásticos duros no habitáculo, que se encontram mesmo em locais bem visíveis, como no revestimento das portas.
Conclusão
Para os nostálgicos do “Pão de Forma”, o VW ID. Buzz é um conceito que fascina. Também para famílias numerosas, a variante de sete lugares é uma boa notícia, já que o mercado é parco em opções de veículos 100% elétricos que garantam espaço e lugares extras. O preço a que é vendido, no entanto, limita o sonho a muitos. Ironicamente, o mesmo design de “Pão de Forma” que dá alma ao modelo, também o castiga, ao prejudicar a aerodinâmica, tornando os consumos excessivos e o ruído da deslocação do ar intrusivo no habitáculo. O monovolume já está à venda no mercado português.
Paulo Marmé
(fotos VW)
VW ID. Buzz 7 lugares
Preço: 62 164 euros
Potência: 286 cv
Veredicto: 3,5
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Teste – VW ID.Buzz: Parece um “pão de forma” só que elétrico