Novidade – Xpeng: Caetano traz outra chinesa

A Caetano Auto passou a importar mais uma marca chinesa. Depois da gigantesca BYD, agora é a vez da “start-up” Xpeng. Começa com três modelos, mas quer vender 2000 carros em Portugal, já em 2026. Saiba tudo na reportagem de Francisco Mota.

Nasceu em 2014 na China, criada por investidores que não tinham feito carreira na indústria automóvel. Assentam a sua comunicação no software e na “tecnologia”, afirmando-se como uma marca diferente. Em oito anos lançaram modelos elétricos para quase todos os segmentos, apostando primeiro no mercado doméstico. Mas agora chegou a altura da Europa, que a XPeng considera o seu mercado mais importante, esperando que, no futuro, 50% dos seus lucros cheguem do Velho Continente. Não é uma marca de grande volume, pelo menos por enquanto, mas não deixa de apontar a Tesla como o seu principal alvo, sobretudo pelo exemplo tecnológico que a marca americana deu a toda a indústria.

Rival da Tesla

A XPeng tem um “forecast”de vendas anuais para este ano de 280 000 unidades e quer vender 1000 unidades em Portugal, já em 2025, duplicando para as 2000 unidades no ano seguinte, com a chegada de mais modelos, entre eles estará provavelmente um mais pequeno do que o G6, um rival direto do Tesla Model Y. O segundo modelo da gama de três é o SUV de grandes dimensões G9 e ainda há uma berlina desportiva topo de gama, um rival do Tesla Model S, que se chama P7. Se há crítica que se possa fazer é precisamente o nome dos seus modelos, impessoal e facilmente confundível. Na gama chinesa existe um modelo para o segmento B que se chama… G3. A XPeng garante que está a estudar a hipótese de lançar um modelo do segmento “B”, devido à grande procura que este tipo de automóveis tem na Europa.

A XPeng assume-se como uma marca produtora de modelos 100% elétricos. Ao contrário da BYD e da MG, não foram anunciados modelos híbridos, nem “plug-in” e muito menos Fuel Cell, pelo menos para a Europa, onde a comercialização da sua gama começou pelos mercados do Norte da Europa, porque esses mercados vão à frente, tanto em termos de rede de abastecimento, como de incentivos fiscais e outros. Mas Portugal, com uma quota de quase 20% de vendas de veículos elétricos e uma rede de carregadores considerada na média da Europa, pareceu um bom terreno de crescimento para a XPeng. Certamente que o parceiro nacional, que vai assegurar a distribuição e assistência dos modelos produzidos na China terá tido um papel importante para a entrada da Xpeng em Portugal e Espanha, onde a Caetano Auto ficará responsável pelo retalho. A marca pretende chegar a 60 mercados nacionais já em 2025.

Vem para a Europa

Ao contrário do que outras marcas europeias tentam fazer, a Xpeng não pretende fazer vendas 100% “online”, pelo contrário, aposta na relação pessoal com os seus potenciais clientes como um fator fulcral de crescimento de vendas e de confiança com o mercado. Este ano, a Xpeng começará com dois pontos de venda, em Lisboa e Porto, adicionando mais cinco até final do ano e chegando aos 15 pontos de venda no final de 2025. A Xpeng anunciou que vai apostar em manter a construção dos seus motores e de toda a parte informática sob o seu direto controlo, pois considera serem os pontos mais diferenciadores e identificadores de qualquer marca, e da Xpeng em particular. Mas terá fornecedores externos para as baterias (vários que não identificou) e para outras áreas dos seus automóveis.

Ponto fundamental é o início da produção de automóveis na Europa, algo que a marca diz estar a estudar, com a certeza de que isso vai acontecer. Construir fábricas do zero, talvez seja uma atitude preterida em favor de compra de fábricas que estão sem atividade neste momento. Várias marcas de origem europeia têm ou vão ter instalações com essas características para vender em breve. Curiosamente, mas perfeitamente explicado pelos responsáveis da marca, a Xpeng não têm planos para entrar no mercado dos EUA. Por uma razão simples, as taxas que os EUA estão a preparar para aplicar a marcas chinesas que queiram importar veículos elétricos feitos fora dos EUA, são demasiado altas para que se possa fazer negócio.

Acordo com VW

Recentemente, a Xpeng anunciou um acordo com a Volkswagen para o projeto e construção de um modelo elétrico para ser vendido apenas na China. É o princípio de uma ligação que os responsáveis da Xpeng pretendem expandir a outras áreas tecnológicas, tais como a condução autónoma e a inteligência artificial, entre outros. Atualizações “over the air” vão ser uma prioridade, a um ritmo que a marca diz virá a ser comparável às atualizações dos smartphones. Mais ajudas eletrónicas estão nos planos, tal como aquilo a que a Xpeng chama o habitáculo “smart”. Neste ponto, a marca diz que está a fazer a transição da eletrificação para a “smartização”. Arquiteturas de 800 Volt, para carregamentos mais rápidos, é outra das prioridades.

Quanto à gama de modelos a lançar em Portugal já este ano, são três e começam com o G6, um SUV de 4,753 metros, rival do Tesla Model Y com três versões: uma “Standard Range” de tração atrás e bateria de 66 kWh, com 258 cv (46 990€) seguida por uma versão Long Range com bateria de 87,5 kWh e 286cv, com a versão Performance AWD de 476 cv a usar a mesma bateria. As autonomias são de 582 km, 773 km e 708 km. O segundo modelo é o G9, um SUV de grandes dimensões, com 4,891 metros e também três versões, com potências de 313 cv RWD (62 990 euros) e 551 cv, AWD. A bateria é de 78,2 kW, com autonomias de 570 e 787 km. Finalmente, a berlina desportiva P7 tem 4,880 metros de comprimento, opção de abertura de portas dianteiras ao estilo dos Lamborghini V12 e também três versões, com a mais barata, Standard Range RWD com bateria de 86,2 kWh, 276 cv e 650 km de autonomia (54 990 euros). A versão Performance AWD tem a mesma bateria mas 473 cv e 570 km de autonomia. Há uma oferta de uma “wallbox” para todos, durante o lançamento.

Conclusão

A entrada da Xpeng em Portugal alarga a oferta de veículos elétricos premium, com fortes argumentos em termos de arquitetura elétrica, desde logo pela utilização dos 800 Volt, performance, autonomia, habitabilidade e qualidade. Nos próximos testes, aqui no TARGA 67, terei de conformar que tudo o que a Xpeng promete se cumpre numa utilização real. As expetativas são altas.

Francisco Mota

Ler também seguindo o LINK: Novidade – Forthing: Marca chinesa em Portugal

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