Primeiro Teste – Skoda Elroq: Elétrico tamanho “M”

Skoda Elroq

Highlights
  • A Skoda alarga a sua oferta de SUV elétricos com o Elroq, posicionado abaixo do Enyaq e inaugurando a nova linguagem de estilo da marca.

A oferta de elétricos da Skoda alarga-se com o Elroq, um C-SUV com tamanho médio. Primeiro Teste TARGA 67, conduzido por Francisco Mota em estradas portuguesas e uma passagem pela histórica Tapada de Mafra.

A autorização para deixar passar uma caravana de Skoda Elroq na histórica Tapada de Mafra só foi possível porque o novo modelo da Skoda é um 100% elétrico. E, ainda assim, a condução foi feita a baixa velocidade, para incomodar o mínimo possível a fauna residente neste parque natural fechado. O trilho está em muito boas condições de conservação, por isso não apresentava nenhuma dificuldade ao Elroq, mas a possibilidade de guiar um carro numa zona de floresta densa, observando alguns dos animais que vivem neste espaço acabou por dar um sensação de estar a fazer um mini-safari.

Abaixo do Enyaq

O Elroq é o novo C-SUV elétrico da Skoda, posicionado abaixo do Enyaq, em termos de tamanho e preço. Tem menos 17 cm de comprimento, que são quase todos retirados do vão traseiro, levando a capacidade da mala a descer 115 litros, ficando ainda assim nuns bons 470 litros. É, portanto, feito com base na mesma plataforma MEB de muitos outros modelos do grupo Volkswagen, mas tem uma personalidade própria, em termos de estilo.

Na verdade, o Elroq estreia a nova linguagem de estilo da Skoda, que abandona a proeminente grelha com contorno cromado e até prescinde por completo do histórico símbolo da marca. Após 130 anos de vida, os Skoda deixam de ser identificados pelo seu símbolo de sempre e passam a ter na frente apenas a palavra Skoda escrita por extenso. É um passo corajoso, disso não há dúvidas, mas talvez sem o risco que seria substituir o círculo com as letras VW pela palavra Volkswagen, no caso da marca-mãe.

Estilo descomplicado

Feito de linhas vincadas e descomplicadas, o estilo do Elroq é daqueles de que é fácil gostar ao primeiro olhar. Tem um ar familiar, sendo completamente novo e resulta tão bem em fotos como ao vivo. A faixa negra que une os faróis não é uma grelha, é uma superfície atrás da qual estão os necessários sensores e radares para os sistemas de ajuda eletrónica à condução. O capôt é relativamente plano, para dar ao perfil o desenho típico de um SUV, em conjunto com um para-brisas pouco inclinado. O tejadilho horizontal termina num portão traseiro com um vidro também pouco inclinado. A vista traseira será a mais próxima aos existentes modelos da Skoda.

Por dentro, encontra-se a mesma simplicidade da maioria dos Skoda. Com um ecrã tátil a dominar o topo do tablier, contendo em rodapé permanente, atalhos para os ajustes principais da climatização e outras funções. Mas abaixo na consola existe um friso de teclas físicas para aceder a outras funções de uso frequente. O comando deslizante da transmissão está no plano horizontal da consola, não sendo muito prático de usar.

O volante está bem posicionado e tem os botões físicos conhecidos de outros modelos da marca, que funcionam razoavelmente. A pega é muito boa e os ajustes suficientes. Existe um pequeno painel de instrumentos atrás do volante, como é hábito nesta plataforma.

Muito espaço

A qualidade dos materiais pareceu boa, neste Primeiro Teste TARGA 67, obviamente limitado no tempo. Do que não há dúvidas é que o espaço nos lugares da frente é mais que suficiente e nos lugares de trás é realmente generoso, sobretudo em comprimento, o que não admira, pois a distância entre-eixos é igual à do Enyaq: 2,77 metros.

A gama disponível é composta por três versões: Elroq 50 (bateria de 55 KWh e autonomia de 370 km), Elroq 60 (bateria de 62 KWh e autonomia de 400 km) e Elroq 85 (bateria de 85 KWh e autonomia de 580 km). Quanto a potências, o Elroq 50 tem 125 KW (170 cv), o Elroq 60 tem 150 KW (204 cv) e o Elroq 85 tem 210 KW (286 cv). Todos com motor e tração atrás. Existe ainda uma versão com tração às quatro rodas que adiciona um segundo motor à frente, o 85x.

Carregamento

As potências de carregamento são de 145 KW, 165 KW e 175 KW, respetivamente. O que permite ao 85 carregar de 10 a 80% em 28 minutos, num carregador de 175 KW. A velocidade máxima é de 160 km/h, nos 50 e 60 e de 180 km/h, nos 85 e 85x. Quanto à aceleração 0-100 km/h, é feita em 6,6 segundos, no 85 e 85x, em 8,0 segundos, no 60 e 9,0 segundos, no 50. Quanto a preços, o Elroq 50 custa 34 948 euros, o Elroq 60 custa 38 229 euros e o Elroq 85 custa 43 079 euros.

Foi precisamente um Elroq 85 de tração atrás que tive oportunidade de testar durante alguns quilómetros, em autoestrada e estrada nacional, além da passagem pelo trilho de terra na Tapada de Mafra. Primeiras impressões vão para a boa posição de condução, não demasiado alta, mas o suficiente para beneficiar a visibilidade e a acessibilidade. Muito espaço nos lugares de trás e uma sensação de boa qualidade no habitáculo.

Ao volante

Com pneus de baixo perfil e uma suspensão relativamente firme, o Elroq 85 pareceu um pouco firme nos pisos imperfeitos, algo a confirmar num teste mais prolongado. A resposta do motor é mais do que suficiente, em qualquer dos modos de condução disponíveis: eco/comfort/sport/Individual, obviamente com mais ímpeto no terceiro. A direção não tem muito tato, mas não está demasiado assistida. O pedal de travão pareceu razoavelmente fácil de dosear, Só há dois níveis de intensidade de regeneração, o normal e o máximo, ativando a função “B” no comando da transmissão. Não chega a ser um “One-Pedal” mas é de fácil adaptação.

Quanto à dinâmica, a suspensão não permite demasiada inclinação lateral em curva, o que garante uma boa estabilidade e uma atitude neutra que passa a ligeiramente sobreviradora, em piso escorregadio e com uma condução mais rápida. O resultado é bastante satisfatório. Em modo Sport, a direção ganha um tato diferente, que facilita em condução desportiva. Não tive ocasião para medir consumos, isso ficará para um teste mais prolongado.

Conclusão

A Skoda tem no Elroq um C-SUV elétrico competente, com boa habitabilidade e capacidade de carga, num tamanho que será mais conveniente que o Enyaq, para muitos compradores. Tem também um estilo renovado de que é fácil gostar e um habitáculo bem estruturado, que não cede à moda do minimalismo. Algumas questões ergonómicas podiam ser melhoradas, sobretudo porque as críticas a que têm sido sujeitas noutros modelos já são conhecidas. Mas é um dos resultados das sinergias de grupo.

ler também, seguindo o LINK:Teste – Enyaq iV 60: um Skoda elétrico e… premium!

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