O Torres EVX elétrico será o modelo mais relevante da KGM, que agora chega a Portugal com uma gama completa de seis modelos, incluindo uma pick-up. Fique a conhecer os principais detalhes da marca Sul-Coreana, que tomou o lugar da SsangYong, na reportagem TARGA 67 do Francisco Mota.

A Astara, importador ibérico de marcas como a Kia, Mitsubishi, Suzuki, Isuzu e outras, acrescenta agora ao seu portefólio mais um emblema, a KG Mobility, ou KGM. Trata-se da marca que sucede à SsangYong que declarou falência em 2020, antes de ser comprada pelo grupo Sul-Coreano KG. Em 2023, a marca passou de SsangYong para KGM mas manteve as “asas” que faziam o símbolo do construtor falido, pelo menos por enquanto e apenas visíveis no centro dos volantes. Sempre são 70 anos de história que a SsangYong acumulou, mas isso é um detalhe para uma marca que desembarca no nosso país com uma gama completa, outro detalhe é que, na frente de alguns modelos não existe nenhum símbolo identificativo da marca. Para um construtor novo, não será a melhor maneira de se destacar, num mercado que começa a ficar saturado de oferta nos segmentos em que a KGM quer concorrer.
KGM substitui SsangYong
Para vender os KGM, a Astara conta com a colaboração de 18 pontos de venda Mitsubishi distribuídos pelo território nacional. Mas a gama não se vai ficar pelos seis modelos agora mostrados. Há uma lista de novos modelos a lançar até 2026, entre os quais se destaca um SUV-coupé de linhas apelativas que recupera o nome Actyon. Um modelo lançado em 2005 e que foi pioneiro na silhueta dos SUV-Coupé. Na altura, não foi o sucesso esperado, muito por culpa do estilo a que os compradores ainda não estavam habituados. O novo modelo tem precisamente no estilo um ponto forte.






Mas enquanto o Actyon não chega, a KGM tem muito com que se entreter. Nada menos do que seis modelos, dois deles são as variantes a gasolina e elétrica do Torres, um C-SUV de 4,7 metros apresentado em 2023 e que representa 40% das vendas da KGM. A versão a gasolina usa um motor bem conhecido do grupo, o 1.5 turbo, que aqui tem 163 cv e 280 Nm de binário máximo. Está disponível com caixa manual de seis (37 500€) e caixa automática também de seis (40 500€). A versão elétrica tem um desenho ligeiramente diferenciado, sobretudo na frente. Vem equipada com um motor elétrico de 152 KW (207 cv) e uma bateria fornecida pela BYD, com 73,4 kWh que lhe permite anunciar uma autonomia de 505 km e uma aceleração 0-100 km/h em 8,5 segundos. Pesa 1979 kg e está disponível em dois níveis de equipamento, o K3 (45 900€) e o K5 (49 900€).
Nomes conhecidos
Também posicionado no segmento C-SUV, com 4,45 metros, está a quarta geração do Korando, lançada em 2019, um dos modelos mais antigos desta gama KGM. Está disponível com caixa manual e 149 cv (30 450€), ou caixa automática e 163 cv (32 350€). O motor é o mesmo 1.5 turbo a gasolina. O seu papel é concorrer com o segmento mais barato dos C-SUV, a marca aponta o Citroën C4 como um exemplo.



Mais abaixo está o utilitário “crossover” Tivoli com 4,225 metros e disponível na versão manual com 135 cv (25 950€) e na versão automática de 163 cv (27 350€). Foi lançado em 2015 e recebeu recentemente um restyling, inspirado no Torres.



No sentido oposto da gama posiciona-se o Rexton, lançado em 2017 como um E-SUV de sete lugares e 4,85 metros, com motor 2.2 Diesel turbocomprimido de 202 cv e caixa de oito velocidades (58 900€). Trata-se de um SUV de grandes dimensões à moda antiga mas que, como todos os outros SUV da marca, paga classe 1 nas portagens, desde que o proprietário adira à Via Verde. A prova de ser um SUV à moda antiga é que partilha o chassis de longarinas e travessas com a pick-up Musso. O nome faz lembrar outro modelo antigo da SsangYong mas agora aplicado a uma pick-up. Esta geração foi lançada em 2018.



Trata-se de uma pick-up só disponível com cabine dupla e caixa de carga de 1,3 metros. Há versões de 5 lugares ou de 3 lugares homologados, para diminuir os impostos. Há também uma versão de lazer que se chama Raider e outra de trabalho, com muito menos equipamento. O motor é o 2.2 litros Diesel turbo com 202 cv e 400 Nm, acoplado a uma caixa manual (43 500€, na versão de 3 lugares) ou a uma caixa automática (45 500 euros, também com 3 lugares), as versões de cinco lugares custam mais 6 800€.



A transmissão é às quatro rodas com modo automático no diferencial central e um autoblocante no eixo traseiro. A suspensão traseira é independente, com barra Panhard e as jantes são de 18” com pneus de perfil 50. O habitáculo tem um acabamento ao nível das melhores rivais do segmento que, em Portugal, é liderado pela Toyota Hilux, logo seguida pela Isuzu D-Max.
Conclusão
A gama KGM evidencia uma qualidade nos acabamentos muito superior ao que acontecia com os antigos SsangYong e bons níveis de equipamento, do qual faz parte a caixa automática em todos, mas a tração integral só existe no Musso. Claro que há modelos de gerações diferentes, a novidade é mesmo o Torres. O estilo da maioria dos modelos parece acertar nos gostos europeus, o ponto mais preocupante será a total inexistência de sistemas híbridos, que poderiam fazer descer as emissões homologadas. Mas essa é uma tarefa para os próximos anos.
Francisco Mota
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