A BYD substituiu o primeiro modelo que comercializou na Europa, o SUV Tang. A segunda geração Tang II mostra como a evolução na marca líder no mercado da China não pára. Francisco Mota foi ver quais são as ambições das BYD com o Tang II.
A maior prova de que a BYD veio para ficar na Europa é o plano anunciado do início da construção de duas fábricas na Europa este ano. A nível global, a BYD demorou 13 anos para fabricar o seu primeiro milhão de automóveis, mas nos dois últimos meses acelerou e produziu exatamente o mesmo volume de 1 milhão. A BYD é a líder mundial de veículos NEV (Nem Energy Vehicles) que soma os 100% elétricos aos PHEV, levando a China para o lugar de segundo país que mais produz automóveis, a seguir ao Japão.

É a altura perfeita para lançar a segunda geração do SUV de grandes dimensões TANG, com 4,97 metros de comprimento. Praticamente tudo é novo, a começar pela e-Platform 3.0 que tem a tecnologia “Cell To Body”, onde a caixa da bateria faz parte da estrutura monobloco, ajudando a aumentar a rigidez estrutural. Também usa as baterias LFP de lâmina, conhecidas de outros modelos da marca e com a vantagem de resistirem melhor à ignição de fogo se perfuradas.
As evoluções no Tang II
A versão 100% elétrica vê a capacidade da bateria aumentar de 86,4 kWh para 108,8 kWh úteis, com uma autonomia média WLTP anunciada de 530 Km, mais 130 km que a geração anterior. A bateria carrega até 170 kW DC ou 11 kW AC. O BYD Tang II mantém os dois motores elétricos (180 kW, à frente e 200 kW, atrás), um por eixo, o que lhe dá tração às quatro rodas e uma potência total que não se altera, mantendo os 380 kW (517 cv) e 700 Nm, capazes de acelerar o Tang dos 0 aos 100 km/h em 4,9 segundos, numa melhoria de 0,3 segundos, tendo uma velocidade máxima de 190 km/h.

O sistema AWD dá prioridade ao motor e tração dianteiras, só usando o de trás se necessário, para baixar consumos. A suspensão é independente às quatro rodas, com multibraço atrás e quatro amortecedores adaptativos. Os travões têm quatro maxilas Brembo e discos perfurados. As jantes de novo desenho são de 21” equipadas de série com pneus Michelin Pilot Sport 4. O estilo não mudou muito, para manter a identidade do modelo, mas a frente recebeu novos faróis de LED e o desenho “dragon face” com uma lâmina metalizada a unir os faróis. As luzes de trás estão unidas por uma barra luminosa e o tejadilho uma ligeira inclinação.

O habitáculo mantém um ambiente de boa qualidade, com materiais de alto nível e aplicações com algum requinte. O painel de instrumentos tem 12” enquanto que o monitor central mantêm-se rotativo a 90 graus e tem 15” de diagonal. Há um novo sistema operativo que pode dividir o monitor em duas metades. Novidade do modelo é a introdução do Head Up Display. Quanto aos sete lugares, reduzem a capacidade da mala de uns enormes 940 litros (com 5 lugares em uso) a 235 litros (com 7 lugares erguidos). Na segunda fila há um monitor tátil que permite o controlo de algumas funções como a climatização e o sistema de som.

A segunda fila de bancos rebate 40/60, desliza em sentido longitudinal através de um sistema elétrico, ajusta a inclinação das costas e tem uma cinética que facilita o acesso à terceira fila. Nesta fila há bancos onde cabem dois adultos, com algum esforço e quando não estão em uso podem ser rebatidos para baixo do piso. O Tang vem equipado com a tecnologia V2, podendo alimentar dispositivos até 4kW e uma nova App, além de mais ajudas eletrónicas ao condutor fornecidas de série. Com 6 anos de garantia e classe 1 com Via Verde, o Tang custa 75 100 euros.
Francisco Mota
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