Farizon – Comerciais chineses EV de “luxo”

Farizon SuperVan

Highlights
  • Nova marca especialista em comerciais elétricos já em Portugal

A Salvador Caetano Auto apresentou o Farizon SuperVan, um comercial médio elétrico que vem para Portugal disputar um segmento de mercado importante. Rivais não lhe faltam, mas o modelo chinês tem um trunfo raro no mercado. Saiba qual na reportagem do Francisco Mota.

Há dez anos, o grupo chinês Geely lançou a marca de comerciais Farizon, exclusivamente para o mercado interno. Ao longo de uma década construiu uma gama de modelos comerciais que vai dos ligeiros, passando pelos médios e incluindo ainda os pesados e autocarros. Todos movidos a novas energias, ou seja, motorizações 100% elétricas ou com Fuel Cell, para os produtos de maior porte. A expansão para outros países começa agora, com uma primeira vaga de mercados europeus dos quais faz parte o nosso país.

Um só modelo

Para começar, a Farizon concentra-se num único modelo, a SuperVan 100% elétrica, um furgão que está disponível com três comprimentos (5 m, 5,5 m e 6 m) e três alturas de caixa (2,0 m, 2,18 m e 2,5 m). É o habitual neste segmento de comerciais. Mas a SuperVan acrescenta algumas características únicas. Por exemplo, entre a porta da cabine e a porta de correr, do lado direito, não há pilar central na estrutura, para facilitar as cargas e descargas. O cinto de segurança do lugar da direita está fixo à porta. Mas continua a existir uma divisória entre a caixa de carga e a cabine, por imposição legal. Em termos técnicos, talvez a maior inovação seja a presença de direção e pedais “by-wire”, não existindo ligação mecânica entre esses comandos e as rodas/travões.

Outros dados específicos de um comercial como este são o volume disponível e a carga máxima. Só para ficar com uma ideia, os volumes variam entre 6,95 e 13,0 m2 e as cargas entre 1080 e 1489 kg, dependendo da carroçaria e da bateria. Existem quatro baterias com duas químicas diferentes (LFP e NMC), para equipar as diversas versões. As suas capacidades vão de 49 kWh a 106 kWh. Quanto às potências e binários disponíveis, são de 272 cv e 343 Nm, para as baterias de 49 e 66 kWh; e de 231 cv e 336 Nm, para as de 83 e 106 kWh. Todas têm motor e tração à frente e velocidade máxima limitada a 135 km/h.

Falando de autonomias

Quanto às autonomias, a marca anuncia valores de 355 km, 376 km e 398 km, consoante a bateria. Mas são valores indicativos, como é lógico, pois dependem da carga transportada a cada momento. O carregamento da bateria pode ser feito a 12 kW AC, demorando 7h00 para ir dos 15 aos 100% e a 160 kW DC, demorando 30 minutos para ir dos 20 aos 80%. A bateria está colocada sob a caixa de carga e não implica com a altura de carga.

Mas o grande trunfo da SuperVan está na qualidade de materiais da cabine e no seu desenho, que se aproxima de um normal veículo de passageiros, incluindo um painel de instrumentos digital de 7” e um monitor tátil central de 12,3” com Carplay. E no equipamento disponível de série, que inclui 30 sistemas de ajuda à condução, que lhe permitiu atingir o nível mais alto nos testes EuroNCAP de segurança ativa e passiva. O conforto do condutor profissional é uma das prioridades, por isso a Farizon equipa a SuperVan com bancos aquecidos e ventilados, volante aquecido, ar condicionado, câmara de 360 graus e sensores traseiros. Além do branco, há mais quatro cores à escolha.

Muito equipamento

Os bancos são em pele sintética e há cruise control adaptativo, bem como assinatura luminosa em LED nos faróis da frente, que inclui o símbolo da marca iluminado. A única coisa que falta são as jantes de liga leve, que não fariam sentido num comercial deste tipo. A Geely definiu um pacote de equipamento para a Europa, que é igual para todos os países. Talvez em Portugal não fosse preciso tanto, até para conseguir um preço mais baixo, orientando assim a SuperVan mais para um cliente/condutor do que para uma grande frota.

O estilo também não foi esquecido, sendo da autoria do designer Herve Bertrand, de ascendência espanhola e francesa. É um fator que distingue a SuperVan, sobretudo na frente, com uma faixa preta a unir os retrovisores pintados, passando pelos faróis. O Cx é de 0,29, o que beneficia as autonomias.

Quanto ao preço, a Farizon anuncia um valor base de 39 500 euros + IVA, o que coloca a SuperVan em concorrência direta com a VW Transporter elétrica, se bem que a comparação de preços tem que levar em conta as diferentes baterias e o equipamento de série. A Farizon oferece 5 anos/200 000 km de garantia para o veículo e 8 anos/200 000 km, para a bateria. Como oferta de lançamento tem manutenção programada durante 2 anos/ 60 000 km.

Conclusão

A Salvador Caetano Auto, através de 7 concessionários em 2025 e 14 em 2026, tem como objetivo vender entre 100 e 150 unidades da SuperVan até final do ano, enquanto estuda a viabilidade de importar também uma versão de transporte de passageiros, relevante para um país de turismo como o nosso. Mas a maior expetativa será a introdução de um comercial ligeiro elétrico, algo que ainda não foi definido pela Geely para a Europa.

Francisco Mota

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