[soliloquy id=”5353″]Continua a contagem decrescente para a chegada do VW ID.3 a Portugal. Para que não fiquem dúvidas, a VW levou 7 mitos anti-elétricos ao polígrafo para ver se são verdadeiros ou falsos.
Apesar das contingências inerentes ao Covid-19, a VW continua a preparar o lançamento do ID.3, o mais importante veículo elétrico da marca e que pretende ser uma revolução neste setor.
Para a VW, o ID.3 tem tanta importância na história da mobilidade como teve o Carocha e o Golf no passado. Com dimensões próximas às do Golf, o ID.3 promete ser o familiar compacto que vai revolucionar a oferta de modelos elétricos.
O ID.3 será apenas o primeiro de uma família de modelos elétricos ID da VW, que vai incluir uma gama com vários tipos e tamanhos de veículos: de carrinhas a SUV, de citadinos a familiares compactos e até um “buggy” pode surgir!
O plano de lançamento do primeiro modelo da família, o ID.3, será acompanhado por um conjunto de outras iniciativas destinadas a garantir a neutralidade carbónica de todo o processo.
A VW está a fazer tudo para garantir que a família ID será de facto um marco fundamental na eletrificação da oferta automóvel.
Por isso não é de estranhar que se tenha debruçado nos motivos que ainda são vistos como obstáculos à utilização de um automóvel elétrico, por muitos condutores.
Para isso, a VW selecionou os que considera serem os 7 mitos anti-EV mais comuns e levou-os ao polígrafo para avaliar a sua validade. São os seguintes:
1 – Os carros elétricos são tão poluentes como os outros?
A dúvida vem da quantidade de energia gasta para a fabricação completa da bateria de um carro elétrico, até agora considerada superior à gasta para fazer um motor de combustão. E a origem fóssil da energia gasta.
A VW cita vários estudos independentes (Fraunhofer Institute, Agora Verkehrswende e a Agência Federal Ambiental alemã) e refere que o estudo do instituto IVL sueco também reviu em baixa o cálculo de emissões de CO2 relativas à produção de baterias.
Tudo considerado, a VW afirma estar de posse da informação de que um carro elétrico emite menos CO2, desde o poço até à roda, que um carro com motor de combustão ou um híbrido. Mesmo considerando a atual origem da energia no “mix” europeu.
Para garantir a neutralidade carbónica da família ID, a VW só utiliza energia elétrica de fontes renováveis, tanto para a construção da bateria como do automóvel.
2 – Só os clientes mais afortunados podem sustentar um EV?
Esta é uma questão enraizada em muitos condutores, plantada pelos primeiros carros elétricos, que de facto eram muito mais caros que os equivalentes a combustão.
O preço do ID.3 depois de aplicados os incentivos fiscais previstos, ficará a par ou mesmo abaixo de um Golf TDI de prestações equivalentes.
A somar a isso, segundo os cálculos da VW, o condutor do ID.3 poderá poupar até 70 euros por mês, comparando com um modelo com motor de combustão, devido ao mais baixo preço da eletricidade e ausência de pagamento de impostos de circulação, entre outros benefícios, por exemplo seguros mais baixos.
A VW acredita também que o ID.3 terá um valor como usado semelhante ao de um carro com motor de combustão, apoiando-se na garantia de oito anos/160 000 km para a bateria.
3 – As baterias deterioram-se depressa e não são recicláveis?
A referida garantia de 8 anos/160 000 km para a bateria prevê que a sua capacidade de armazenamento não desça dos 70%, independentemente do tipo de carregamentos feitos.
Para conseguir este resultado, a bateria tem um sistema de aquecimento e arrefecimento, para garantir que funciona sempre à temperatura ótima. Além disso, a gestão equilibra as células individuais para as utilizar de maneira uniforme.
Quanto à reciclagem, a VW inaugura este ano uma fábrica dedicada a esta atividade, em Salzgitter. Materiais como o Níquel, Manganésio, Cobalto e Lítio são aqui recuperados para ser reutilizados.
Inicialmente, a fábrica vai reciclar 1 200 toneladas por ano de material, o equivalente a 3 000 baterias de veículos elétricos. Nos anos seguintes, esta capacidade será aumentada.
4 – Os elétricos são para curtas distâncias, sobretudo em climas frios?
A VW argumenta que esse mito está ultrapassado por dois motivos. Em primeiro lugar, a autonomia dos carros elétricos aumenta continuamente, o que lhes permite autonomias até 550 km.
Por outro lado, a rapidez de carregamento também está a aumentar. Um exemplo: o primeiro e-Golf tinha um limite de carga de 50 kW, enquanto que o ID.3 1st pode carregar a 100 kW, o dobro da rapidez.
Neste tipo de carregadores, a bateria do ID.3 pode acumular energia para percorrer 290 km em apenas 30 minutos.
Igualmente importante é o aumento da densidade da rede de abastecimento.
O consórcio Ionity, de que a VW faz parte, está a construir 400 parques de carregadores rápidos nas principais autoestradas europeias.
O primeiro passo é construir postos a cada 120 km de intervalo. Mas outros fornecedores estão também a trabalhar, num plano que inclui a instalação de 2 200 parques de carregadores rápidos na Europa.
5 – Não há carregadores públicos de baterias suficientes?
A VW dá o exemplo da Alemanha, onde já existem 24 000 postos de carregamento de vários operadores e de vários tipos, 25% dos quais estão junto a parques de estacionamento.
Para facilitar a sua utilização, a VW criou o cartão “We Charge” que vai permitir carregar os seus modelos em todos os carregadores do país.
Neste momento já dá acesso a 150 000 postos de carregamento em toda a Europa. A criação da App We Charge facilita a localização dos postos de carregamento.
6 – Os elétricos podem pegar fogo, que não se consegue apagar?
Este é um dos mitos que ganhou mais peso nos últimos tempos, com alguns casos a circular nas redes sociais.
A VW cita Karl-Heinz Knorr, vice-presidente da associação de bombeiros da Alemanha quando diz que “os carros elétricos não ardem de forma mais severa ou mais frequentemente que os carros a combustão, apenas de uma maneira diferente.”
Afirmou ainda que, ao contrário do que por vezes se ouve dizer, “o incêndio de um carro elétrico também pode ser extinto com água.” O clube automóvel alemão ADAC, fez testes de incêndio a veículos elétricos e concluiu o mesmo.
A VW acrescenta que o ID.3 tem vários sistemas para prevenir incêndios e descargas de corrente.
No caso de um acidente, a corrente da bateria é imediatamente interrompida. Além disso, a caixa da bateria é particularmente reforçada e existe uma proteção inferior que abrange toda a área da bateria.
7 – Não há matéria-prima para as baterias e a sua extração é prejudicial?
A bateria de iões de Lítio é o “coração” dos atuais veículos elétricos e precisa de Cobalto e de Lítio para ser construída. Claro que a procura destes dois materiais tem crescido nos últimos tempos e vai continuar.
Espera-se que o consumo destes materiais suba 33% até 2025, mas os especialistas, citados pela VW, afirmam que as reservas conhecidas são suficientes para os próximos 150 anos.
Ao mesmo tempo, a VW está a trabalhar em três soluções para o futuro. Em primeiro lugar, está a ser feita a prospeção de novos locais de extração.
Em segundo lugar, a maior eficiência das baterias vai permitir baixar o seus conteúdo de metais raros. Estão a ser desenvolvidas células de baterias sem Cobalto e os cientistas estão a investigar outro tipo de materiais com igual condutividade.
Em terceiro lugar, há um trabalho de fundo e em grande escala na reciclagem das baterias.
Conclusão
A preocupação da VW em fazer tudo da melhor maneira possível fica bem patente no programa ID. É uma visão de 360 graus da questão, que não se fica apenas por lançar no mercado novos e vistosos veículos elétricos e carregadores super rápidos.
Um detalhe que mostra bem o empenho do grupo nesta matéria é a exigência de um certificado de sustentabilidade a todos os seus fornecedores, que cobre áreas como os direitos humanos, proteção ambiental e corrupção. Qualquer fornecedor que não cumpra estes critérios perde de imediato o seu contrato com a VW.
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