A Citroën vai lançar em Junho o Ë-C3 em Portugal, anunciado como o utilitário mais barato à venda na Europa. Já foram divulgados os preços para o nosso país, que pode ficar a conhecer aqui no TARGA 67. O Francisco Mota explica também como foi possível à marca francesa reduzir os custos.
A Citroën confirmou que fará as primeiras entregas do novo Ë-C3 em Portugal no próximo mês de Junho e confirmou os preços: 23 300 euros para a versão mais acessível e 27 800 euros, para a mais equipada, das únicas duas que existem: You! e Max.

Com estes valores, a marca francesa reclama ter o utilitário (modelo do segmento B) mais barato à venda na Europa, um B-SUV com 4,01 metros de comprimento, cinco portas e cinco lugares. Ou seja, dimensões que pouco diferem do C3 Aircross.
Como baixaram os custos
Como foi possível manter os custos baixos e conseguir um preço inferior aos 24 mil euros? As respostas são várias e começam pela escolha da plataforma. A marca chama-lhe “Smart Car Platform” e trata-se de uma evolução da que tem sido utilizada na América latina e na Índia para o C3 SUV vendido nessas regiões.

É uma plataforma de baixo custo, mas que foi reforçada e equipada com mais ajudas à condução, para cumprir as normas europeias e almejar um bom resultado nos testes euroNCAP.
Mas não foi só por aí que a Stellantis poupou nos custos. O Ë-C3 só está disponível com um motor de 83 kW (113 cv) e uma bateria de 44 kWh. A bateria é do tipo LFP, mais barata que as NMC usadas em modelos mais caros.
Equipamento contido
Do equipamento de série da versão mais acessível não faz parte um sistema de infotainment. Em vez disso, é fornecida apenas uma doca e uma aplicação para o smartphone do utilizador. Mais uma maneira de reduzir custos, mas que será suficiente para muitos utilizadores.

A redução dos opcionais e até das cores disponíveis contribui também um pouco, tal como a simplicidade dos painéis da carroçaria, das zonas vidradas e do próprio habitáculo.
Advanced Comfort
Contudo, a Citroën não perdeu de vista aspetos essenciais para a imagem da marca. São o caso da suspensão Advanced Comfort, que usa batentes hidráulicos progressivos, de série nas duas versões, bem como dos bancos com a mesma designação, só disponíveis na versão mais cara.
A bateria está colocada sob o banco traseiro e pode ser ligada a carregadores rápidos até 100 kW, permitindo, neste caso, carregar de 20 a 80% em 26 minutos. Não há bomba de calor, também para poupar nos custos.

A Citroën anuncia uma autonomia mista WLTP de 320 km, uma aceleração 0-100 km/h em 11,0 segundos e 135 km/h de velocidade máxima, para um peso total de 1946 kg. A tração é às rodas da frente, com pneus 205/50 R17 de série.
Ainda mais barato no futuro
O habitáculo tem espaço suficiente para quatro adultos viajarem sem apertos e a mala leva 310 litros de bagagem. Na versão que tem ecrã tátil central, a sua diagonal mede 10,25”.

Para mais tarde, está prevista para 2025 uma outra versão com bateria mais pequena de 30 kWh capaz de uma autonomia de 200 km, que deverá baixar o preço ainda mais. Terá uma utilização menos versátil, mas custará 19 900 euros.
Também está prevista uma versão de sete lugares deste B-SUV, feita com base na mesma plataforma, que está preparada para receber a seguir também os conhecidos motores PureTech 1.2 tricilindricos de 75 cv e 100 cv.
Conclusão
A Stellantis, pelo menos com este novo C3, dá à Citroën a responsabilidade de rivalizar com a Dacia, que tem tido enorme sucesso numa franja demercado mais acessível. Mas isso não obriga a que deixe de ter modelos mais caros e sofisticados noutros segmentos. Se recuarmos umas décadas, vamos encontrar no catálogo da marca em simultâneo o 2CV, um dos automóveis mais simples de sempre, e o DS, um dos mais complexos.
Francisco Mota
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