O campeonato do mundo de F1 de 2025 começou com expetativas diferentes das quatro principais equipas. Passados cinco Grandes Prémios, o equilíbrio de forças ficou mais claro. Mas as diferenças são pequenas, tão pequenas que podemos estar mesmo perante aquilo que todos desejam: um campeonato de pilotos. E logo nas vésperas de uma mudança dos regulamentos técnicos. Saiba os detalhes na crónica F1 TARGA 67 de Francisco Mota.
Antes da primeira corrida, a Ferrari mostrava confiança em que o bom trabalho do ano passado tivesse continuidade numa subida de posição na hierarquia das equipas em 2025. A McLaren esperava que o tom dominador do final do ano passado tivesse continuidade este ano, a Mercedes-AMG queria que os altos do ano passado continuassem e os baixos desaparecessem e a Red Bull aspirava a voltar ao domínio anterior ao meio da época passada. Olhando para os resultados até agora, a leitura mais fácil é dizer que três falharam e apenas a McLaren acertou nas suas expetativas. Os seus dois pilotos ganharam quatro corridas e apenas Verstappen conseguiu evitar o pleno da marca de origem australiana, com uma vitória no GP do Japão que vai ficar para a história, goste-se ou não do estilo Max-Power. Mas uma leitura mais cuidada das diferenças entre os melhores pilotos de três destas equipas e dos dois da McLaren, mostra que as diferenças por volta andam nas décimas, centésimas e milésimas, muito pouco. Tão pouco que se pode dizer que há um razoável equilíbrio entre estas quatro equipas dominadoras.
É o equilíbrio com que sonham todos os que gostam de corridas disputadas e os donos do negócio, claro. Tantas vezes foram feitas alterações regulamentares com esse propósito, que raramente deram resultados e agora estamos neste estado. Ironicamente, estamos também nas vésperas de uma mudança profunda dos regulamentos técnicos, que vai levar a fazer um “reset” aos monolugares atuais. Por vezes, parece que o melhor a fazer é controlar os abusos, como as asas flexíveis, e deixar o resto como está, a bem do espetáculo. Mas a outra motivação para a mudança vem de uma vontade de baixar os custos, pois alguns dos acidentes que ocorreram durante a vigência do atual regulamento, provaram que a segurança, o outro clássico motivo para fazer mudanças, não impõe alterações. Ironia das ironias, à medida que as equipas começaram a trabalhar nas motorizações do novo regulamento, teoricamente mais simples e mais baratas, começaram a perceber que vai acontecer o contrário e que, afinal, o investimento na mudança vai ser maior e, dizem alguns, o novo motor vai acabar por ficar mais caro do que a atual configuração. Neste momento, a prioridade de quem gosta de F1 é que a McLaren não dê mais um passo em frente tão colossal como o que deu a meio do ano passado e que, pelos vistos, ainda ninguém percebeu como conseguiu. Se a equipa de Max estiver à altura do seu piloto, se a Ferrari der a Leclerc as evoluções de que precisa e se Russell conseguir ser o líder sucessor de Hamilton na Mercedes-AMG , então é bem possível que tenhamos um campeonato de pilotos até ao final do ano.
Francisco Mota
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