O Toyota Corolla recebeu um ligeiro restyling estético, mas o mais importante foi que passou à quinta geração do sistema “full hybrid” da marca. Com isso, ganhou potência e desceu consumos. Primeiro Teste TARGA 67 para confirmar as evoluções.
A 12ª geração do Toyota Corolla foi lançada em 2019 e recebeu agora um restyling que lhe mudou muito ligeiramente o formato dos para-choques, o desenho dos faróis e luzes de trás e também o desenho das jantes. O normal numa atualização de meio de vida de um modelo que continua a ser um dos preferidos no segmento.
Lançado em 1966, somando todas as vendas das várias gerações do Corolla, esta “dinastia” de modelos posiciona-se como a mais vendida no mundo, com mais de 50 milhões.
Em 2022, a atual geração conquistou o segundo lugar de vendas no nosso país, entre as berlinas compactas de cinco portas, produzidas por construtores generalistas.
Segundo na Europa
E foi também essa a posição que o Corolla registou no segmento C, considerando o conjunto dos mercados Europeus, com exatamante 182 278 unidades vendidas, que representaram 14% de quota de mercado no segmento. Isto num modelo que é produzido na Europa, entre outras regiões.
Além dos detalhes de estilo, o Corolla recebeu também um painel de instrumentos digital novo, com melhor legibilidade e mais informação. O sistema de infotainment passa a receber atualizações à distância e há uma renovada App chamada MyT para controlar algumas funções do Corolla.
Os sistemas de ajuda à condução também foram melhorados, com a utilização de uma nova câmara, com o dobro da distância de deteção e um radar com maior ângulo de amplitude. Este reforçado Safety Sense está disponíveis em todas as versões.
Quinta geração híbrida
A grande mudança foi a passagem à quinta geração do sistema “full hybrid” da Toyota, que a marca afirma trabalhar a picos de 600 Volt. Não confundir com sistemas “mild hybrid” de 48 Volt, é a mensagem subjacente.
Esta quinta geração foi calibrada para a circulação na Europa, levando em conta as rotundas, que são uma realidade muito europeia e quase inexistente no Japão. Também foi limitada a rapidez de subida de rotações do motor a gasolina, quando guiado em autoestrada.
Para conseguir esses progressos, o comando eletrónico do sistema foi modificado, a transmissão reduziu os atritos e a bateria é 14% mais pequena e 14% mais potente.
Mais potência e menos emissões
O resultados em termos de potência, aceleração 0-100 km/h e emissões poluentes é revelador, para as duas versões que continuam a estar disponíveis, a 1.8 e a 2.0 litros.
Assim, a versão 1.8 subiu a potência para os 140 cv (+14%), desceu a aceleração 0-100 km/h para os 9,2 segundos (- 1,7 segundos) e as emissões de CO2 para 102 g/km (-9 g/km). O consumo desceu de 4,5 para 4,4 l/100 km.
Quanto à versão 2.0 a potência vale agora 196 cv (+ 6%), a aceleração 0-100 km/h faz-se em 7,5 segundos (-0,4 segundos) e as emissões de CO2 reduziram-se para os 107 g/km (-3 g/km). O consumo desceu dos 4,9 para os 4,4 l/100 km.
Ao volante
Neste breve primeiro teste usei um “hatchback” 1.8 Hybrid, que mantém todos os atributos bem conhecidos do Corolla, tais como a boa posição de condução, habitabilidade razoável na segunda fila de bancos e boa perceção de qualidade nos interiores.
O painel de instrumentos é realmente melhor, incluindo a percentagem de tempo em que o sistema híbrido funcionou em modo de zero emissões locais.
Num percurso de 70 km, com uma parte em estrada nacional, uma parte maior em autoestrada e apenas alguns quilómetros em cidade, o mostrador indicou 37% de utilização nessas condições. Mostrou também um consumo de 6,2 l/100 km.
São bons valores, mas não são representativos, pois este primeiro teste incluiu um tipo de condução atípica, com algumas acelerações a fundo para perceber o acréscimo de potência disponível. E percebe-se.
Boa dinâmica
Também se percebe a maior proporcionalidade entre a posição do pedal do acelerador e o regime do motor e a maneira diferente como funcionam os três modos de condução disponíveis.
Mais suave e silencioso, no modo Eco e com o acelerador mais sensível, no modo Sport. Neste modo, quando se desacelera o motor não desce de regime tão rapidamente, mantendo-se em maior prontidão.
A suspensão continua a ser muito confortável, mostrando boa precisão da frente e rapidez de inserção em curva.
Conclusão
Quanto a preços, o Corolla 1.8 Hybrid no nível de equipamento Comfort, custa 33 830€, sendo o mais acessível de uma gama que tem como objetivo liderar o seu segmento em Portugal, durante 2023, contando também com a versão carrinha Sports Tourer e com o quatro portas Sedan, que custa a partir dos 34 380 euros.
Francisco Mota
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