4/3/2022. O novo plano estratégico chama-se “Dare Forward 2030” e vai levar as 14 marcas da Stellantis a passar aos 100% elétricos nos próximos oito anos. Saiba como o CEO português, Carlos Tavares, vai fazer isso e quais são os primeiros modelos.
Carlos Tavares anunciou esta semana que 100% das vendas da Stellantis na Europa vão ser de veículos elétricos nos próximos oito anos, ou seja, até 2030. Nos EUA o grupo tem os 50% de vendas como objetivo, para o mesmo período.
No final desta década, a Stellantis quer ter mais de 75 modelos 100% elétricos no mercado e atingir vendas deste tipo de veículos na ordem dos cinco milhões de unidades por ano.
Isto vai obrigar a mudanças radicais na oferta das 14 marcas do grupo, com algumas “questões culturais” pelo caminho, por exemplo a passagem de marcas como a Jeep ou a Alfa Romeo a motorizações 100% elétricas.
Claro que a procura e o estatuto dos elétricos está em contínuo crescimento, o que deve ajudar a mudar as mentalidades dos mais reticentes a esta transferência para a eletrificação.
Elétricos: bom negócio
Para a Jeep, o tiro de partida já foi dado com a apresentação do primeiro SUV 100% elétrico que estará à venda em 2023. No ano seguinte surge a RAM 1500, uma “pick-up” que pouco dirá aos europeus, mas vai revolucionar a oferta da marca nos EUA, onde é uma das habituais líderes do segmento.
O caminho para a eletrificação total vai levar à “duplicação dos resultados líquidos até 2030” afirmou Tavares, para tranquilizar os seus investidores, acrescentando que “iremos sustentar margens de lucros operacionais ajustados de dois dígitos”.
Tavares garante também que consegue atingir o “breakeven” com menos de 50% de entregas consolidadas e que vai quadruplicar as receitas provenientes da venda de automóveis dos segmentos premium e de luxo.
Tecnologia e recursos humanos
Em curso está um investimento nas baterias, que prevê uma subida na produção dos 140 Gwh para os 400 GWh, mas também uma expansão das “fuel cell”, especialmente para os grande furgões, para 2024.
No domínio dos comerciais, a Stellantis visa a liderança do mercado, apostando em 26 novos modelos 100% elétricos nos próximos anos.
Está também em curso uma revolução ao nível dos recursos humanos, duplicando o número de líderes na empresa com responsabilidades nos resultados e a nomeação de, pelo menos, 35% de mulheres para cargos de liderança.
No meio digital, há a promessa da aposta continuada no desenvolvimento de “software” próprio, com a abertura de academias sobre o assunto. As vendas online também vão receber um “boost”, esperando-se que atingam um terço do total até 2030.
Há uma preocupação com a satisfação do cliente, seja através de um relacionamento simplificado e transparente, bem como de criação de novos serviços virados para facilitar a mobilidade.
Os primeiros sinais
Os primeiros sinais deste plano foram já dados através de algumas das marcas do grupo, como a Opel que anunciou o objetivo de só vender modelos 100% elétricos a partir de 2028.
Até lá, terá uma oferta de versões elétricas em todos os seus comerciais e vai lançar 12 novos veículos eletrificados (PHEV e EV) entre os quais se contam os sucessores do Insignia e do Crossland, ambos vão ser 100% elétricos. Para 2025 espera-se a chegada do novo Opel Manta, também 100% elétrico.
A Fiat também anunciou o seu segundo elétrico, o E-Ulysse que recupera o nome do seu último MPV para o aplicar numa versão do furgão de passageiros Peugeot Traveller.
Quanto ao primeiro Jeep elétrico será um SUV e estará à venda em 2023, mas não foram anunciados detalhes, a não ser duas imagens. E menos ainda foi mostrado da “pick-up” RAM 1500, apenas alguns traços.
Conclusão
O otimismo da Stellantis e de Carlos Tavares na eletrificação parece estar num ponto alto, tanto em termos de produto como de operação, ou seja, de lucros estimados. Cabe ao CEO português e à sua equipa organizar a transferência energética de todas as 14 marcas do grupo, da forma mais eficiente possível.
Francisco Mota
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