A segunda geração do Maserati GranTurismo passou a ter uma versão 100% elétrica, é o Folgore. Tem 761 cv e atinge os 325 km/h. Primeiro Teste TARGA 67, conduzido por Francisco Mota, para uma curta experiência ao volante.

Não foi propriamente um Primeiro Teste ao estilo do TARGA 67, mas foi uma primeira experiência ao volante do Maserati GranTurismo Folgore, a versão 100% elétrica da nova geração do coupé de luxo da Maserati, marca do grupo Stellantis. Lançado em 2022, esta segunda geração continua a ter versões coupé, o GranTurismo e descapotável, o GranCabrio. A motorização Folgore, que guiei por breves minutos, estava instalada no coupé.
Estilo pouco muda
O estilo está muito próximo da geração anterior, que terminou a produção em 2019. É uma evolução, mas muito tímida. Tem a vantagem de manter um comprimento de 4,96 metros e uma distância entre-eixos de 2,93 metros, o que permite ter dois lugares traseiros utilizáveis por adultos, com um acesso não muito difícil. O habitáculo utiliza materiais de boa qualidade e comandos digitais nos três monitores digitais, que não pareceram muito intuitivos. A posição de condução é baixa mas não em excesso e o volante tem uma pega anatómica.




Em termos técnicos o GranTurismo usa uma plataforma nova, diferente da usada na geração anterior com vários painéis e componentes em alumínio. Quanto à parte elétrica, a bateria em forma de “T” está instalada no túnel central e sob o banco traseiro, para manter o piso baixo, o que permite mais espaço para pernas e pés na segunda fila e uma posição de condução baixa. A bateria tem 92,5 kWh (83 kWh úteis) de capacidade e carrega até 270 kWh DC, demorando, nesse caso, 18 minutos para ir de 20 a 80%, pois usa uma arquitetura de 800 Volt.
Três motores
O Folgore tem três motores elétricos, todos de 300 kW, um em cada roda traseira e outro para o eixo dianteiro. A potência teórica máxima é de 1200 cv, mas a bateria utilizada apenas permite os referidos 761 cv e 1350 Nm de binário máximo. A Maserati anuncia uma aceleração 0-100 km/h em apenas 2,7 segundos, para um peso de 2260 kg (mais 465 kg que as versões a gasolina) e uma velocidade máxima muito pouco usual para um elétrico de 325 km/h. Segundo o ciclo WLTP médio, a Maserati anuncia uma autonomia de 450 km.






Neste Primeiro Teste, a primeira sensação vem da posição de condução baixa, próxima de um 911, pois a altura é de 1,35 metros, só mais 0,05 metros que o rival alemão. Muito boa posição de condução e quando experimentei os lugares de trás confirmei que o espaço não é só para crianças. O volante tem as tradicionais patilhas metálicas, que aqui servem para regular a intensidade da regeneração nas desacelerações em quatro níveis, que funciona bem.
Ergonomia
Também no volante estão dois botões rotativos, um para arrancar o sistema e outro para escolher os modos de condução, incluindo dois níveis separados para a suspensão. O tato do GranTurismo na estrada é sofisticado, confortável, ou mais firme, dependendo da suspensão com molas pneumáticas e amortecedores adaptativos. A direção tem a assistência certa em todos os modos e os travões são potentes e progressivos.






A resposta dos três motores em andamento lento é progressiva e civilizada, nada brusca. Mas quando aparece uma reta mais larga e sem trânsito, a descarga de binário é impressionante, sem perder estabilidade direcional, nem controlo. Os dois motores traseiros fazem vectorização de binário, o que ajuda a controlar a atitude do Folgore. Com um pouco mais de vigor no acelerador, a traseira deriva, fazendo rodar o carro de maneira progressiva.
Conclusão
Talvez o estilo demasiado colado à primeira geração seja o ponto fraco do GranTurismo. Esta versão Folgore demorou cinco anos a desenvolver, mas o resultado parece muito positivo, pelo menos neste muito curto Primeiro Teste.
Francisco Mota
Maserati GranTurismo Folgore
Potência: 761 cv
Preço: 208 047 euros
Veredicto: 4 estrelas
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