O Polestar 2 recebe um restyling, novas baterias com maior autonomia e a versão de entrada passa de tração à frente para tração atrás. Chega antes do Verão, já há preços e pode encomendar-se apenas online.
Os carros elétricos têm vantagens como esta: num mero restyling é possível mudar a versão de entrada de tração à frente para tração atrás. Claro que o segredo está na plataforma.
Usando uma base que prevê, desde início, versões 100% elétricas com um motor à frente ou um motor em cada eixo, a tarefa de passar a versão base de tração à frente para tração atrás, torna-se assim muito mais fácil. É só escolher onde deixar o motor da versão de duas rodas motrizes: à frente, ou atrás.
Porque mudaram
Razões para a mudança, segundo a marca, foram a busca de uma melhor distribuição de pesos dinâmica, ou seja, nos arranques as rodas traseiras recebem maior carga e por isso têm mais tração, exatamente o oposto do que acontece na versões de tração à frente.

Desaparece também o chamado “torque-steer”, em que o binário no arranque pode perturbar a direção, num tração à frente como era até agora o Polestar 2 Single Motor.
Num carro elétrico potente, com os habituais binários altos e disponíveis logo no arranque, a tração atrás em piso seco tem todas as vantagens.
A nova frente do Polestar 3
Quanto ao restyling desta nova versão que a Polestar chama MY24 (Model Year 2024) ele passa pelo redesenho da falsa grelha, que passa a ser da cor da carroçaria e que esconde novos sensores. Também o recorte dos faróis é diferente, semelhante ao do próximo Polestar 3 e há novos estilos de jantes.

Também há pequenas modificações de decoração, mas os cromados continuam ausentes de todos os modelos da marca. Por dentro, as mudanças são mais pequenas e resumem-se a alterações em alguns revestimentos e aplicações decorativas. Além de um ligeiro reforço de equipamento.
Novas baterias e mais autonomia
A outra grande novidade deste Polestar 2 MY24 está na nova bateria de 82 kWh fornecida pela CATL, que substitui a anterior de 78 kWh, continuando a LG a fornecer a bateria mais pequena de 69 kWh.

Ambas continuam a trabalhar a 400 Volt, mas a bateria maior subiu a potência de carregamento máxima de 155 kW para 205 kW (0 a 80% em 28 minutos); enquanto a mais pequena subiu dos 130 kW para os 135 kW (0 a 80% em 34 minutos). Ambas carregam também em AC a 11 kW, 7h00, para a mais pequena e 8h00, para a maior.
Mais potência, mais autonomia
Quanto às autonomias, acelerações e potências, a versão Single Motor com a bateria mais pequena anuncia 518 km (mais 44 km), aceleração 0-100 km/h em 6,4 segundos (menos 1 segundo) e 272 cv (mais 41 cv).
O Single Motor com bateria de 82 kWh faz 635 km (mais 93 km), acelera dos 0 aos 100 km/h em 6,1 segundos (menos 1,2 segundos) e tem 299 cv (mais 68 cv).

A versão AWD tem a bateria maior, 592 km de autonomia (mais 110 km), 0-100 km/h em 4,5 segundos (mais 0,1 segundos) e 421 cv (mais 13 cv). Com o Performance Pack, esta versão sobe aos 476 cv, mantendo a mesma autonomia de 592 km e descendo os 0-100 km/h para os 4,2 segundos.
A subida de potência está ligada à utilização de novos motores elétricos de ímanes permanentes, com maior densidade de potência e mais eficientes.
E novos preços…
Quanto a preços, também houve subidas, como seria de esperar tendo em conta a melhoria das autonomias e das prestações. Assim, o Single Motor Standard Range custa 53 400€ (mais 3 500€), o Single Motor Long Range custa 56 900€ (mais 3 500€) e o Dual Motor Long Range custa 60 900€ (mais 4 000€). A versão Dual Motor Long Range Performance com 476 cv e 569 km de autonomia custa 65 400 euros.

Entretanto, depois de esgotadas as 270 unidades da série especial Polestar 2 BST 270, a marca já anunciou uma segunda edição, em tudo semelhante à primeira, que se chama BST 230 e será produzida em 230 unidades, para a Europa e EUA.
Posicionamento premium
Note-se que todas as versões do Polestar 2 MY23, portanto as anteriores ao restyling, ainda estão disponíveis em quantidades limitadas, apesar de já ter terminado a sua produção. Para quem não queira esperar pelo MY24, que deverá chegar pouco antes do Verão, é uma opção.
A Polestar não quer ser uma marca de volume, em 2022 vendeu apenas 50 000 unidades, mas quer posicionar-se como marca premium, capaz de gerar lucros condizentes. O plano de produto inclui o lançamento do modelo 3 depois do Verão, um SUV de grandes dimensões. Estando já anunciados os modelos 5 e 6. O 4 deverá ser um SUV compacto para chegar mais tarde.
Conclusão
As vendas vão continuar a ser feitas só online, mas está prevista a abertura de espaços Polestar, o primeiro no Porto, ainda no primeiro semestre e o segundo em Lisboa, mais para o final do ano. Nestes espaços, os potenciais clientes não podem comprar um carro, mas podem conhecer todos os detalhes dos modelos da marca e ver alguns de perto. A assistência vai continuar a ser feita nos 30 concessionários Volvo que existem no nosso país.
Francisco Mota
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